17º CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROLOGIA INFANTIL

Dados do Trabalho


Título

REALTO DE CASO - CRISE GELASTICA

Apresentação do caso

Paciente masculino, 3 anos de idade, apresenta queixa crises de risos intensos e involuntários acompanhado de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor com comprometimento motor grosso e fino não permitindo o mesmo sentar, andar ou segurar objetos; e habilidades de linguagem como comunicação verbal.
Na história neonatal, sem intercorrências. Pais não consanguíneos.
Ao exame físico apresenta discreto estrabismo convergente, cognitivo rebaixado, incapaz de deambular, força muscular grau IV em membros superiores inferiores, reflexos tedinosos 2+.
Na ressonância magnética evidenciou um volumoso processo expansivo acometendo a região hipotalâmica com extensão para a cisterna suprasselar, cisterna interpeduncular e cisterna pré-pontina, exibindo predomínio de sinal intermediário em T1 e em T2.

Discussão

O quadro de epilepsia gelástica é encontrado em pacientes que apresentam quadros epiléticos com manifestações de crises de risos involuntárias, podendo ser rápidas e de curta duração, comumente associadas a dano diencefálico, ou crises de risos menos comuns e de maior duração, mais associada a lesão no lobo temporal. As crises gelásticas são mais frequentes em pacientes com tumores hipotalâmicos, principalmente no III ventrículo, ou tumores no lobo temporal. Os mecanismos relacionados à sintomatologia das crises gelásticas ainda não foram descobertos. Sabe-se que sua relação com a região límbica e/ou hipotalâmica é a resposta mais provável para o complexo mecanismo excitatório responsável pelas crises de riso. Em relação a sua incidência, estima-se que 1 em cada mil pacientes epiléticos possam apresentar a manifestação clínica, sendo assim uma das condições epiléticas mais raras. As crises gelásticas não demonstram clara predileção de gênero e são diagnosticadas principalmente em crianças menores de 6 anos. Quanto ao seu diagnóstico, por ser um quadro que advém de patologias neurológicas, além dos sinais clínicos alguns autores consideram que a investigação neuroradiológica é indispensável.

Comentários finais

Devido a sua complexidade, as crises gelásticas não devem ser analisadas separadamente da patologia e nem serem usadas como diagnóstico diferencial. O acompanhamento clínico deve conter o estudo de neuroimagem.

Referências (se houver)

Fonte de Fomento (se houver)

Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores

Declaro ausência de conflitos de interesses de todos os autores citados nesse caso clínico.

Área

Epilepsias

Instituições

FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DOUTOR HEITOR VIEIRA DOURADO - Amazonas - Brasil

Autores

MARIO TERCIO ROCHA JÚNIOR, JOÃO FRANCISCO TUSSOLINI, IURY GABRIEL AMAZONAS TUSSOLINI, PATRICIA DELGADO DA SILVA, LUCIANO DA SILVA PONTES, THIAGO VIANA QUEIROS, GABRIELLE RODRIGUES TUSSOLINI