16º CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROLOGIA INFANTIL

Dados do Trabalho


Título

ENCEFALITE DE RASMUSSEN COM APRESENTAÇAO INICIAL ATIPICA: UM RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Trata-se de uma criança com 6 anos, com história de paralisia facial à esquerda e disartria, que evoluiu com paresia do membro inferior esquerdo e posteriormente paresia do membro superior esquerdo. Mãe relatava anteriormente quedas frequentes por "falhas" do joelho esquerdo. Aproximadamente 9 meses após a apresentação inicial, a criança iniciou crises convulsivas focais em hemiface esquerda, as quais inicialmente tiveram boa resposta com uso de carbamazepina, porém em poucos meses tornou-se refratária ao uso de carbamazepina e clobazam, sendo internada e realizado pulsoterapia com corticóide associado à imunoglobulina, e encaminhada ao serviço de neurocirurgia para avaliação de possível conduta cirúrgica. Ressonância magnética (RM) de crânio foi realizada no início do quadro clínico e cerca de 9 meses após, mostrando já no início uma atrofia do hemisfério cerebral direito e que teve importante agravamento, visto na segunda neuroimagem, além de ter hipersinal em T2/FLAIR em substância cinzenta e na cabeça do caudado ipsialteral. Possui eletroencefalograma (EEG) com disfunção corticossubcortical difusa e assimétrica e atividade epileptogênica somente no hemisfério cerebral direito.

Discussão

Foi realizada busca na literatura e embora não seja o usual, a Encefalite de Rasmussen pode ter a paresia em segmentos corporais como apresentação inicial. Além disso, a paciente em questão preenche os demais critérios para ser diagnosticada como Encefalite de Rasmussen: crise focal, déficit cortical unilateral, EEG com alentecimento e atividade epileptiforme uni-hemisférica, além de RM de crânio com atrofia cortical uni-hemisférica, hipersinal em T2/FLAIR em substância cinzenta e cabeça do núcleo caudado.

Comentários Finais

A encefalite de Rasmussen é rara e pode ter diagnóstico clínico com base na clínica, EEG e RM de crânio característicos. Sua apresentação inicial mais comum é com crises epilépticas focais frequentes e que se tornam refratárias ao tratamento com fármacos antiepilépticos (FAE). Opções terapêuticas incluem FAE, imunoterapia e cirurgia.

Referências (se houver)

Cay-Martinez et al.Rasmussen Encephalitis: An Update. Semin Neurol 2020;40:201–210

Fonte de Fomento (se houver)

Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores

não há

Área

Epilepsias

Instituições

Hospital Infantil João Paulo II - Minas Gerais - Brasil

Autores

Renan Guimarães Santana, Ana Cristina Nascimento Dias Carneiro, Sanny Kemelly Miquelante Yoshida, Nathália Jamille Moreira Nascimento David, Eisler Cristiane Carvalho Viegas, Andre Vinicius Soares Barbosa, Karina Soares Loutfi, Bruna Ribeiro Torres, Joyce Carvalho Martins