16º CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROLOGIA INFANTIL

Dados do Trabalho


Título

Aspectos clínico-epidemiológicos dos casos de epilepsia em ambulatório de pediatria de um hospital universitário

Introdução

O presente trabalho se propôs a realizar um levantamento dos casos de primeira crise epiléptica e epilepsia entre as crianças em acompanhamento no ambulatório de neuropediatria de um hospital universitário. A ausência de centro de referência para o tratamento e acompanhamento das crianças portadoras de epilepsia no estado dificulta o levantamento de dados regionais, sendo esta uma iniciativa para disponibilizar reconhecimento epidemiológico local que possa servir como parâmetro para medidas de intervenção.

Objetivo

Avaliar o perfil clínico e epidemiológico e disponibilizar dados para reconhecimento das características da população estudada.

Métodos

Estudo transversal, observacional e quali-quantitativo, realizado em hospital público universitário, com 78 crianças de idade até dezoito anos incompletos, entre setembro de 2018 e março de 2020. Os dados foram padronizados através de ficha epidemiológica, analisados por meio de taxas absolutas e relativas e associados por meio de teste qui-quadrado e teste de Fisher.

Resultados

A amostra apresentou média de idade de 5,1 anos (desvio padrão: 4,3), predomínio do sexo masculino (51,3%) e da cor parda (59%). Avaliou-se a realização de pré-natal (97,4%), intercorrências maternas gestacionais (37,2%), desenvolvimento de patologias gestacionais (39,7%) e uso de drogas ilícitas e/ou lícitas na gestação (5,1%). Predominaram recém-nascidos com peso adequado para idade gestacional (80,8%), a termo (76,9%) e com Apgar do quinto minuto >7 (76,9%). As crises epilépticas mais prevalentes foram de início generalizado (70,5%), com atividade epileptiforme no eletroencefalograma (48,7%) e presença de etiologia secundária (53,8%). Evidenciou-se associação de Apgar ≤ 7 com recém nascidos pré-termo (p = 0,024), pequenos para idade gestacional (p = 0,003) e etiologia secundária (p= 0,02). Epilepsia refratária foi observada em 32,8% dos pacientes em acompanhamento médico há mais de seis meses.

Conclusões

Reconhece-se a escassez de publicações brasileiras sobre o tema, no entanto, os resultados deste estudo apresentaram concordância com aqueles já disponíveis. Sugerem-se novos estudos para determinar a incidência nacional da epilepsia em pediatria, no intuito de possibilitar intervenções em saúde.

Palavras Chave

Epilepsy; Seizure Disorder; Health Services Research; Epidemiology.

Referências (se houver)

Fonte de Fomento (se houver)

Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores

Não há conflito de interesses

Área

Epilepsias

Instituições

Hospital Universitário Lauro Wanderley/Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil

Autores

Juliana Carneiro Monteiro Wanderley, Andresa do Rêgo Barros Vieira Santos, Laís Maria Silva de Carvalho