16º CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROLOGIA INFANTIL

Dados do Trabalho


Título

SERIE DE CASOS DE PACIENTES COM DISTROFIA NEUROAXONAL INFANTIL EM UM HOSPITAL TERCIARIO

Apresentação do Caso

Tratam-se de casos atendidos essencialmente para investigação de atraso de desenvolvimento. Caso 1: sexo feminino, 13 meses com crises convulsivas e regressão do desenvolvimento iniciada aos 8 meses de vida. Apresentava hipotonia, ataxia de tronco, estrabismo, nistagmo e atrofia óptica bilateral; eletroencefalograma normal; ressonância de encéfalo com hipoplasia de vermis cerebelar; e a análise molecular por sequenciamento evidenciou 2 variantes de significado incerto no gene PLA2G6. Caso 2: sexo feminino com epilepsia e regressão dos marcos do desenvolvimento desde os 12 meses. Ao exame físico, hipotonia, hiporreflexia e atrofia óptica; além de eletroencefalograma normal, neuroimagem com atrofia cerebelar e análise molecular com 2 variantes em heterozigose em PLA2G6 (provavelmente patogênica e patogência). Caso 3: sexo feminino com regressão do desenvolvimento, iniciada aos 17 meses, associada a retinite pigmentar e atrofia óptica bilateral, nistagmo, estrabismo, hipotonia, hiporreflexia, ataxia e atrofia cerebelar (mais proeminente em vermis); e análise molecular com 2 variantes potencialmente patogênicas em PLA2G6. Caso 4: paciente do sexo feminino, com regressão do desenvolvimento desde os 12 meses, tendo iniciado epilepsia pouco tempo depois. Apresentava nistagmo, estrabismo, atrofia óptica, hipotonia e reflexos profundos exaltados. Devido à presença de atrofia cerebelar e alteração de sinal em núcleos da base, foi conduzida como provável síndrome de Leigh. Evoluiu com espasticidade. Em nova imagem, vistas alterações compatíveis com doença neurodegenerativa com acúmulo focal anômalo de ferro. Feito diagnóstico clínico-imaginológico de distrofia neuroaxonal, comprovado posteriormente pela presença de 2 variantes patogênicas em heterozigose no gene PLA2G6.

Discussão

Em nossa série, todas as pacientes possuem fenótipo de neurodegeneração associada a PLA2G6 de início infantil ou distrofia neuroaxonal típica, tendo início do quadro entre 6 meses e 3 anos, com declínio rápido de habilidades motoras e cognitivas, tanto com sinais de prejuízo do trato piramidal quanto de neuropatia periférica. Além disso, atrofia óptica, nistagmo e sinais de atrofia cerebelar em neuroimagem também foram achados comuns.

Comentários Finais

Dada a heterogeneidade dos distúrbios relacionados ao PLA2G6, e a relativa facilidade de acesso ao diagnóstico molecular atualmente, temos a importância em se tentar correlacionar fenótipos e genótipos para melhor compreensão dos mecanismos fisiopatológicos.

Referências (se houver)

1) Iodice A et al. Infantile neuroaxonal dystrophy and PLA2G6-associated neurodegeneration: An update for the
diagnosis. Brain Dev (2016), http://dx.doi.org/10.1016/j.braindev.2016.08.012.
2) Babin PL, Rao SNR, Chacko A, Alvina FB, Panwala A, Panwala L, Fumagalli DC. Infantile Neuroaxonal Dystrophy: Diagnosis and Possible Treatments. Front Genet. 2018 Dec 10;9:597. doi: 10.3389/fgene.2018.00597. PMID: 30619446; PMCID: PMC6295457.
3) Altuame FD, Foskett G, Atwal PS, Endemann S, Midei M, Milner P, Salih MA, Hamad M, Al-Muhaizea M, Hashem M, Alkuraya FS. The natural history of infantile neuroaxonal dystrophy. Orphanet J Rare Dis. 2020 May 1;15(1):109. doi: 10.1186/s13023-020-01355-2. PMID: 32357911; PMCID: PMC7193406.

Fonte de Fomento (se houver)

Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores

Não há

Área

Neurogenética

Instituições

Hospital Infantil João Paulo II - Minas Gerais - Brasil

Autores

SANNY KEMELLY MIQUELANTE YOSHIDA, JOYCE CARVALHO MARTINS, NATHÁLIA JAMILLE MOREIRA NASCIMENTO DAVID, ANDRÉ VINÍCIUS SOARES BARBOSA, ANA CRISTINA NASCIMENTO DIAS CARNEIRO, RENAN GUIMARÃES SANTANA, BRUNA RIBEIRO TORRES, KARINA SOARES LOUTFI, MONA LISA TRINDADE MARIANO