16º CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROLOGIA INFANTIL

Dados do Trabalho


Título

PERFIL DE CRISES EPILEPTICAS NEONATAIS DE PACIENTES ASSISTIDOS EM HOSPITAL MUNICIPAL UNIVERSITARIO

Introdução

Crises epilépticas são a manifestação neurológica mais comum no período neonatal, sendo a maioria delas de origem sintomática. Dentre as crises que necessitam de tratamento, 52% necessitam de mais de um fármaco anticrise (FAC) para controle clínico. Porém pouco se sabe sobre possíveis características associadas a esta necessidade. Um maior entendimento sobre o perfil destes pacientes pode contribuir para um tratamento assertivo mais precoce e melhor desfecho a longo prazo. A ILAE descreve como FAC de primeira linha o Fenobarbital e, de segunda linha, a Fenitoína, benzodiazepínicos e o Levetiracetam.

Objetivo

Analisar o perfil dos pacientes com crise epiléptica neonatal que necessitaram de FAC de segunda linha e seu desfecho clínico.

Métodos

Estudo observacional analítico de dados obtidos em prontuário eletrônico, do período de maio de 2020 a maio de 2021, incluindo os pacientes de UTI neonatal, alojamento conjunto e berçário médio risco. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade gestacional, sexo, peso de nascimento, realização de eletroencefalograma (EEG), etiologia das crises epilépticas, FAC de fase aguda e desfechos do paciente. Após a prospecção dos dados, foram realizadas tabulação e análise dos mesmos

Resultados

134 pacientes foram avaliados, sendo que 54 (40%) apresentaram crises epilépticas. 61% tiveram controle com FAC de primeira linha e 21 (39%) necessitaram de FAC de segunda linha para controle das crises. Dentre esses últimos, 57% eram prematuros (19% prematuros tardios); 43% do sexo masculino; em relação ao peso de nascimento, 28,6% apresentavam extremo baixo peso (<1000g), 28,6% baixo peso (<2500g) e 42,8% peso adequado. Dentre as etiologias, encefalopatia crônica não evolutiva representava 47,6%, genética 28,5%, sintomática 19%, erro inato do metabolismo 4,8%. Realizaram EEG 90,5%, dentre esses, 78,9% apresentaram exame alterado. Em relação aos desfechos, 57% receberam alta com medicação e 19% foram a óbito

Conclusões

39% dos casos necessitaram de FAC de segunda linha para controle das crises, um número menor do que os 52% encontrado na literatura. Em relação à etiologia apenas 19% de crises sintomáticas, abaixo do que é descrito na literatura (cerca de 40%). Observada ainda a importância de realização de EEG, o que condiz com as diretrizes atuais. A continuidade do estudo pode contribuir para identificação precoce das etiologias e relação com alterações em EEG concomitante, sendo mais seguro para melhor instauração terapêutica e prognóstico mais favorável desses pacientes.

Palavras Chave

Crise epilética neonatal, tratamento, fármaco anti crise,

Referências (se houver)

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Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores

Não há conflito de interesse

Área

Epilepsias

Instituições

Faculdade de Medicina do ABC - São Paulo - Brasil

Autores

Bruna Cappellano Casacchi, Daniela Fontes Bezerra, Cinthia Thais Arteiro de Faria, Evelyn Yandira Machicado Quiroga, Marina Maia Cavalcanti, Larissa Maria Soares Lyrio, Kleiton Rodolfo da Silveira Rufino, Rubens Wajnsztejn, Cibele Wolf Lebrão