Dados do Trabalho

Título

Aspectos clinico-epidemiológicos de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) atendidos em hospital universitário de referência

Apresentação do Caso

Introdução:
Transtornos do desenvolvimento acometem 20% a 25% das crianças: 1% tem TEA. O TEA é caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos. A gravidade varia e a intervenção precoce pode alterar o prognóstico.
Objetivo:
Estabelecer perfil clínico-epidemiológico de crianças e adolescentes com TEA acompanhados ambulatoriamente em hospital universitário de referência, de Março/2019 a Junho/2021.
Métodos:
Estudo descritivo realizado a partir de dados de prontuários médicos, com total de 1900 pacientes atendidos em ambulatório de Neurologia Pediátrica no período. Foram selecionados 114 pacientes com diagnóstico de certeza para TEA e descritos os seguintes aspectos: 1) Faixa etária; 2) Idade de início do acompanhamento ambulatorial; 3) Gênero; 4) Comorbidades associadas e 5) Medicação psicotrópica em uso.
Palavras-chave:
Transtorno do Espectro do Autismo; Pediatria; Neurodesenvolvimento; Psicofarmacologia

Discussão

Resultados: Dos 114 pacientes selecionados, 34 apresentam idade entre 3-6 anos. 94 têm TEA como diagnóstico primário. 88 pacientes são do sexo masculino, corroborando achados de que o quadro é mais comum em meninos. O início do acompanhamento ambulatorial iniciou em média aos 7 anos de idade, embora a literatura aponte que a idade desse início ocorra entre 4-5 anos. Isso reflete o atraso no diagnóstico e a dificuldade de acesso ao serviço especializado, o que leva a uma intervenção mais tardia e compromete o prognóstico. Epilepsia foi a comorbidade mais associada (16); outras comorbidades frequentes foram TDAH (11) e obesidade (10). 72 pacientes fazem uso de medicação psicotrópica: 33 deles usam Risperidona e 11 usam Metilfenidato. Apenas um paciente faz uso de Aripiprazol. Risperidona e Aripiprazol são os únicos medicamentos com indicação da Food and Drug Administration para o TEA. São também utilizados fármacos anti-crise, como Ácido Válproico (7), Carbamazepina (4), Clobazam (4), Oxcarbazepina (3), Levetiracetam (2), Fenobarbital (1) e Lamotrigina (1); anti-depressivos, como Fluoxetina (9) e Escitalopram (2); anti-psicóticos como Periciazina (8) e Levomepromazina (2).

Comentários Finais

Conclusão: Descrever perfil de pacientes com TEA pode ser útil na divulgação e reconhecimento do quadro. Os achados do estudo, que está em andamento, estão condizentes com a literatura e refletem uma tendência a padronização clínico-epidemiológica de pacientes com o transtorno.

Referências (se houver)

Fonte de Fomento (se houver)

Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores

Declaro não haver conflito de interesse de todos os autores

Área

Transtornos neuropsiquiátricos e distúrbios de aprendizagem