16º CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROLOGIA INFANTIL

Dados do Trabalho


Título

ACIDEMIA ARGININOSUCCINICA: RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Menina, 5 meses, com exoma realizado intraútero por coleta de líquido amniótico com diagnóstico compatível de acidúria argininossucinica: detecção de duas variantes em gene ASL patogênicas. História gestacional materna anterior com perda neonatal precoce, com provável diagnóstico de acidúria arginossucinica forma neonatal grave. Desde o nascimento, ofertado dieta modulada, controle rigoroso do nível de amônia e medidas farmacológicas para hiperamonenemia. Atualmente, mantendo medidas farmacológicas e dietéticas para controle da amônia plasmática, com estabilidade do quadro e boa evolução ponderoestatural e neuropsicomotora. Aguardando transplante hepático.

Discussão

A acidemia argininossucinica é uma doença autossômica recessiva, considerada a 2ª doença do ciclo da ureia mais comum. A deficiência de argininossuccinato liase (ASL), pode estar presente como formas neonatal severa e de início tardio. A forma neonatal é caracterizada por hiperamonemia nos primeiros dias após o nascimento, manifestando sintomas inespecíficos como letargia, recusa alimentar, vômitos, taquipneia e alcalose respiratória. Durante os episódios de hiperamonemia também podem apresentar deficiências neurocognitivas, alterações hepáticas, tricorrexis nodosa e hipertensão arterial. Estabelece o diagnóstico, concentrações plasmáticas elevadas de amônia e citrulina e concentrações plasmáticas ou na urina elevadas de acido argininossuccinico. A identificação de variantes patogênicas bialélicas em ASL por teste genético molecular ou redução significativa da atividade da enzima ASL podem ajudar a confirmar o diagnóstico. O tratamento envolve controle rápido da amônia durante descompensação metabólica e prevenção de hiperamonemia. Nos episódios agudos, deve-se descontinuar a oferta oral de proteínas e suplementar lipídios e glicose por via intravenosa. Caso não melhore, pode-se necessitar de hemodiálise. O transplante hepático é considerado em pacientes com hiperamonemia recorrente ou com descompensações metabólicas resistentes à terapia convencional.

Comentários Finais

É uma doença rara e com desfecho desfavorável em caso de diagnósticos tardios. Portanto, é importante que os profissionais identifiquem os primeiros sinais e sintomas e estabeleçam medidas para controle da hiperamonemia. Atualmente, com maior disponibilidade de exames moleculares e com melhora dos exames de triagem neonatal, o diagnóstico se tornou mais acessível.

Referências (se houver)

Fonte de Fomento (se houver)

Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores

Sem conflito

Área

Erros inatos do Metabolismo

Instituições

Hospital Pequeno Príncipe - Paraná - Brasil

Autores

Lucas Yuji Igarashi, Felipe Augusto Moreschi , Lia Tutiya , Berkmis Viana Santos , Mara Lucia Schmitz Ferreira Santos , Daniel Almeida Valle , Elisabete Coelho Auersvald, Guilherme Siqueira Gaede , Nildo Vilacorte Araújo Júnior