16º CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROLOGIA INFANTIL

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DO ATRASO DE RECONHECIMENTO E TRATAMENTO DOS ESPASMOS INFANTIS

Introdução

Os espasmos infantis (EI) são caracterizados por espasmos epilépticos com início na primeira infância que geralmente estão associados ao padrão eletroencefalográfico (EEG) de hipsarritmia e alteração do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), com uma incidência de 1 em 2500 nascidos vivos. O diagnóstico precoce se faz de suma importância, pois os EI são considerados uma urgência neurológica.

Objetivo

Objetivo: Caracterizar e quantificar o atraso no diagnóstico e tratamento de crianças com EI.

Métodos

Realizado estudo transversal através de revisão de prontuários dos pacientes atendidos em ambulatório de epilepsia infantil com diagnóstico de EI ou síndrome de West. Foram apurados dados referentes a idade de início dos espasmos, realização e resultado de eletroencefalograma (EEG), DNPM, avaliação do especialista e início de tratamento de primeira linha (hormônio adrenocorticotrófico – ACTH; corticosteroides ou vigabatrina).

Resultados

A amostra total foi de 28 pacientes. Em todos os prontuários analisados, a hipótese de EI só foi realizada por especialista (neurologista). A mediana da idade de início dos espasmos foi de 6 meses, média 5,25 e desvio padrão 2,26. Não houve predominância entre sexos (♀13:♂13). 4 pacientes não realizaram EEG (14,2%). O tempo da crise até realização do EEG teve média 189,125 dias; mediana 90 dias e desvio padrão 214,92. Do resultado do EEG, 4 pacientes – 16,6% não tinham registro do resultado do exame, 70,83% registraram hipsarritmia e 12,5% tiveram outras alterações. Nenhum paciente apresentou EEG considerado normal. Na avaliação do DNPM na primeira consulta com neurologia, 3,57% tinham regressão e 96,43% apresentaram atraso do DNPM. A etiologia predominante foi sem definição (13 casos–46,43%), seguido de alteração genética (25%); alteração estrutural (25%) e 3,57% de infecções congênitas. A mediana entre o início dos espasmos até a consulta com neurologista que prescreveu tratamento eficaz, foi de 45 dias, média 124,5 dias e desvio padrão 184,51. Sobre o intervalo entre o início dos espasmos e tratamento, a mediana foi 90 dias, média 209,41 e desvio padrão 265,48.

Conclusões

Este estudo demonstra que o atraso substancial no atendimento adequado é comum, e sugere que há pouco conhecimento sobre diagnóstico dos espasmos infantis entre os profissionais de saúde é, pelo menos em parte, responsável por atrasos evitáveis e potencialmente significativos no tratamento.

Palavras Chave

espasmos infantis; West; hipsarritmia

Referências (se houver)

Fonte de Fomento (se houver)

Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores

Não há conflito de interesses.

Área

Epilepsias

Instituições

Centro de Saúde ABC - São Paulo - Brasil

Autores

Vanessa Akemi Imaizumi, Daniela Fontes Bezerra, Larissa Maria Soares Lyrio, Kleiton Rodolfo Silveira Rufino, Rudá Alessi, Raquel Paiva Arruda, Bruna Cappellano Casacchi, Rubens Wajnsztejn, Ana Luiza Ract Altomani