16º CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROLOGIA INFANTIL

Dados do Trabalho


Título

VARIABILIDADE FENOTIPICA ASSOCIADA AO GENE ATP1A3: UMA SERIE DE CASOS

Apresentação do Caso

Estudo retrospectivo e descritivo de indivíduos com mutações no gene ATP1A3 atendidos em um ambulatório de Neurogenética. Primeiro caso, sexo feminino, 17 anos, apresentava o fenótipo de Hemiplegia Alternada da Infância (AHC), início do quadro clínico aos 15 anos de idade com episódios recorrentes de hemiplegia à direita e crise epiléptica tônico-clônica generalizada, evoluindo com ataxia progressiva, mutação c.2401G>A p.(Asp801Asn). Segundo caso, sexo masculino, 16 anos, com quadro compatível do fenótipo CAPOS, identificado com atraso motor, associado a ataxia cerebelar, reflexos miotáticos hipoativos, pés cavos, atrofia óptica e perda auditiva neurossensorial, mutação p.Gu83Lys. Terceiro caso, sexo feminino, 5 anos, com fenótipo intermediário entre as síndromes acima descritas. História de regressão do desenvolvimento neuropsicomotor associada a discinesia desde os 6 meses de idade, distonia global, episódios de atraso da fala, sinais piramidais, mutação c.2619T>G p.Phe873Leu.. A ressonância magnética do cérebro é normal. A irmã mais velha apresenta quadro clínico semelhante.

Discussão

São crescentes os números de estudos sobre a correlação genótipo-fenótipo associado às variantes patogênicas no ATP1A3. A AHC está associada a pontos críticos de mutação distintos em p.Asp801Asn e p.Glu815Lys em cerca de 50% dos casos relatados. A mutação p.Glu818Lys foi relatada apenas em pacientes com síndrome CAPOS, e o paciente no presente estudo também apresentava essa mesma mutaçãoO caso 3 apresentou uma variante de significado incerto (VUS) com um fenótipo de apresentação intermediaria, não sendo relatado em outros estudos. Esta variante não foi relatada nos bancos de dados: 1000 genomas, gnomAD e AbraOM, e encontra-se em um codon conservado em todas as espécies, além da predição in silico ser prejudicial por LRT e MutationTaster2, sugerindo uma possível patogenicidade. O cenário atual genótipo-fenótipo de doenças relacionadas ao ATP1A3 sugere uma ligação com fenótipos específicos, bem como fenótipos sobrepostos de acordo com a mutação específica ou domínio de mutação.

Comentários Finais

A presença dessa heterogeneidade fenotípica sugere que fatores adicionais, como genes e variantes desconhecidos, desempenham papéis importantes na expressão clínica de doenças relacionadas ao gene ATP1A3, que codifica uma subunidade transmembrana da bomba de Na/K.

Referências (se houver)

Fonte de Fomento (se houver)

Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores

Sem conflitos de interesses

Área

Neurogenética

Instituições

Hospital Universitário Professor Edgar Santos (HUPES/UFBA) - Bahia - Brasil

Autores

Luan Guanais Soriano, Emília Katiane Embiruçu de Araújo Leão, Patrícia Pontes Cruz, Carolina Azevêdo Farias Paranhos, Andréa Fernandes de Almeida Rios, Maria Efigênia de Queiroz Leite, Irlânia Pereira dos Santos