Dados do Trabalho
Título
DISSECÇAO DE AORTA DESCENDENTE TRAUMATICA POR ACIDENTE DE CAVALO: UM RELATO DE CASO
Apresentação do Caso
Paciente I.B., 73 anos, chega ao Pronto-Socorro do Hospital Universitário de Santa Maria-RS trazido pela SAMU, após queda de cavalo, na qual o animal caiu sobre seu corpo. Na chegada, apresentava instabilidade hemodinâmica, hipotensão e movimentos torácicos assimétricos à respiração, com diminuição dos murmúrios vesiculares à direita com deformidade no tórax esquerdo. Foi realizada Tomografia Computadorizada de crânio, tórax e abdome que mostrou contusão pulmonar, pneumotórax bilateral, pneumomediastino, fraturas de arco costais, fratura do processo coracoide esquerdo e luxação do úmero esquerdo, aparentes flaps de dissecção da metade superior da artéria aorta descendente com extensão longitudinal de cerca de 7.0 cm (dissecção aórtica traumática – Tipo B de Stanford/III de DeBakey), sem extravasamento do meio de contraste junto à dissecção. Na AngioTC persistiram os flaps sem sinais de extravasamento de contraste. Além disso, paciente apresentou hemotórax à esquerda. Foi realizada correção endovascular da ruptura traumática da aorta torácica descendente com implante de duas endopróteses torácicas Braile. O paciente permaceu internado aproximadamente 30 dias, recebendo alta hospitalar apresentando estabilidade clínica.
Discussão
A dissecção da aorta é a entrada de sangue por dilaceração da camada íntima aórtica, com separação da camada íntima e da média, bem como a criação de uma falsa luz. Entre as causas mais comuns de dissecção aórtica traumática ou ruptura são os acidentes de trânsito, ou trauma por desaceleração, nesse caso, trauma por queda e esmagamento de uma animal de grande porte sobre o paciente. O diagnóstico é feito por métodos de imagem, sendo a Tomografia Computadorizada (TC) o principal método diagnóstico. A dissecção aórtica pode ser classificada por meio das classificações de DeBakey e Stanford. O tratamento do tipo III/B tem evoluído com o advento do tratamento endovascular, a colocação endovascular de endopróteses tem sido a principal alternativa de tratamento cirúrgico.
Conclusão
O politrauma por esmagamento de um animal de grande porte é um fato incomum, mas com elevada morbimortalidade associada, causando instabilidade clínica e hemodinâmica ao paciente, principalmente quando há trauma aórtico associado, necessitando, para melhores desfechos, de diagnóstico e tratamento precoce.
Referências
Sabiston tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna / Courtney M. Townsend ... et al. – 20º edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. – p. 1746-1750
Manual de angiologia e cirurgia vascular e endovascular / editores Jorge Eduardo de Amorim ... [et al.]. – 1. ed. – Barueri [SP]: Manole, 2020. – p. 247-249.
Cirurgia Vascular: Cirurgia Endovascular – Angiologia/Carlos José de Brito, Rossi Murilo & Eduardo Loureiro – 4. Ed. – Rio de Janeiro – RJ: Thieme Revinter Publicações, 2020. – p. 1695-1767
Área
Geral
Autores
Guilherme Garcia Sott, Manuela Barão Dalanora Araujo, Lorenzo Brasil Bisogno, Stela Karine Braun, Johanns Loureiro Braz, Alcides André Dezordi Vogel