XVI Encontro de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Conesul e Cela 2024 (Sociedade Latino-Americana de Cirurgiões Endovasculares)

Dados do Trabalho


Título

TÉCNICA DE RIFIFI MODIFICADA PARA DOENÇA OCLUSIVA AORTO-ILÍACA: UM RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Homem, 58 anos, hipertenso, tabagista 90 maços/ano, alto risco cardiovascular, com dor no membro inferior direito, ausência dos pulsos, classificado como grau 5 de Rutherford. A angiotomografia apresentou ateromatose aorto-ilíaca, oclusão do segmento proximal da artéria ilíaca comum direita, com recanalização ao nível da artéria femoral comum direita e falha de enchimento na artéria ilíaca comum esquerda, sugestiva de trombo mural. O tratamento proposto foi tromboembolectomia das ilíacas comuns seguida por angioplastia. Através de acesso inguinal, realizamos trombectomia bilateral simultânea nas ilíacas comuns com Fogarty 5 e uso do anel de Vollmar (técnica de Rififi) na ilíaca comum direita. Entretanto, durante o tracionamento do sistema houve a ruptura do cateter de Fogarty. Optou-se por realizar a técnica de Rififi modificada, com passagem de um balão de angioplastia 7x40 associado ao anel de Vollmar e angioplastia das artérias ilíacas comuns com endoprótese. No pós-operatório o paciente apresentou pulsos femorais presentes e melhora da dor na perna.

Discussão

O risco iminente de amputação dos membros inferiores é a principal indicação para a revascularização aorto-ilíaca¹. A tromboembolectomia arterial com cateter de Fogarty é um tratamento eficiente para êmbolos arteriais agudos, preferencialmente em artérias sem placas e quando um único grande vaso está envolvido². A vantagem é que os cateteres podem acessar vasos a distância, promovendo remoção eficaz desses trombos, proximais ou distais nos membros, através de acesso único³. Entretanto, em casos de oclusões crônicas e artérias com placas de ateroma, em pacientes de alto risco cirúrgico, se faz necessária uma combinação de técnicas. Nesse procedimento, utilizamos o balão de angioplastia associado ao anel de Vollmar, para a plastia arterial. Ao tracionar o sistema com o balão insuflado, o anel de Vollmar retira a placa e o balão protege a artéria e retira os trombos, desobstruindo o vaso. O emprego do balão de angioplastia justifica-se pela maior resistência à ruptura durante a passagem por placas e trombos aderidos.

Conclusão

Com frequência nos deparamos com casos desafiadores que, mesmo utilizando técnicas consagradas, necessitam de adaptações e abordagens diferenciadas. A técnica de Rififi modificada pode ser uma alternativa para pacientes em iminência de amputação.

Referências

BRITO, Carlos J.; MURILO, Rossi; LOUREIRO, Eduardo. Cirurgia Vascular: Cirurgia Endovascular – Angiologia. Thieme Brazil, 2020. E-book.
de Donato G, Setacci F, Sirignano P, Galzerano G, Massaroni R, Setacci C. The combination of surgical embolectomy and endovascular techniques may improve outcomes of patients with acute lower limb ischemia. J Vasc Surg. 2014 Mar;59(3):729-36. doi: 10.1016/j.jvs.2013.09.016. Epub 2013 Dec 15. PMID: 24342067.
MAFFEI, Francisco H. de A.; YOSHIDA; ROLLO; MOURA; SOBREIRA; GIANINI; LASTÓRIA. Doenças Vasculares Periféricas. Guanabara Koogan, 2015

Área

Geral

Autores

Carlos Augusto Benaci Gregol, Eduardo Cassol Popia, Caio Manoel da Luz, Natália Gianini Teixeira Ferreira, Bernardo Dalago Ristow, Rodrigo Viana