XVI Encontro de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Conesul e Cela 2024 (Sociedade Latino-Americana de Cirurgiões Endovasculares)

Dados do Trabalho


Título

RELAÇAO DO USO DE ANTICONCEPCIONAIS NO DESENVOLVIMENTO DO TROMBOEMBOLISMO VENOSO PROFUNDO

Introdução

A trombose venosa profunda (TVP) é uma doença obstrutiva que dificulta o retorno venoso, envolvendo comumente o sistema venoso dos membros inferiores com formação de coágulos. A TVP é um distúrbio tromboembólico com incidência de 1,6 por 1000 anualmente.O uso de concepcionais contendo estrógenos estão associados a fatores de risco para o desenvolvimento de Tromboembolismo Venoso, enquanto que os isolados de progestágenos não aumentam o risco de TVP ou acidente vascular cerebral.

Objetivo

Elaborar uma revisão de literatura sobre o uso de anticoncepcionais relacionados ao risco de TVP.

Metodologia

Foi realizado um estudo de revisão integrativa da literatura, através de uma análise das publicações existentes acerca do tema. Para realização da primeira seleção dos estudos,foi utilizado a base de dados PubMed,usando as palavras de busca Tromboembolismo venoso e anticoncepcionais.Para elegibilidade dos artigos,foi considerado alguns critérios de inclusão,considerou-se estudos publicados nos últimos 5 anos e em qualquer idioma.Foram selecionados 3 ensaios clínicos randomizados para a composição dessa revisão de literatura.

Resultados

Dentre a análise crítica dos 3 estudos selecionados, obtemos alguns resultados sobre o uso de COC e a ocorrência de TVP. Um ensaio clínico,avaliou a segurança do COC vaginal com acetato de segesterona/etinilestradiol,com 2.021 mulheres, destas 4 ocorreu um quadro de tromboembolismo, incluindo 1 embolia pulmonar, 2 TVP e 1 trombose venosa cerebral, 3 desses ocorreram em mulheres com fatores de risco (FR) para TEV, duas apresentavam IMC elevado e uma mulher de 39 anos apresentava mutação heterozigótica do Fator V Leiden descoberta após o evento. Um segundo artigo analisou a segurança do COC com estetrol 15mg e drospirenona 3mg, com 1.553 mulheres, relatou efeitos adversos graves (EAG) em 13 mulheres, apenas 1 considerou TVP relacionada ao tratamento. Este EAG foi relatado no quarto ciclo em uma mulher branca de 32 anos e IMC de 21,5 kg/m². Um terceiro ensaio com 3.417 membros avaliou tolerabilidade e segurança do COC estetrol/drospirenona, relatou EAG em 38 participantes, 3 foram relacionados ao tratamento: uma hospitalização por agravamento da depressão, uma gravidez ectópica e um TVP.

Conclusão

Esta revisão demonstrou que apesar do COC ser um fator de risco para TVP, na análise feita com os 3 ensaios clínicos não houve taxa significativa de eventos tromboembólicos, tendo perfil de segurança aceitável em mulheres que não possuem fatores de risco para tromboembolismo venoso.

Referências

CHEN, M. J. et al. Tolerability and safety of the estetrol/drospirenone combined oral contraceptive: Pooled analysis of two multicenter, open-label phase 3 trials. Contraception, v. 116, p. 44–50, 2022.

GEMZELL-DANIELSSON, K. et al. Segesterone acetate/ethinyl estradiol 12-month contraceptive vaginal system safety evaluation. Contraception, v. 99, n. 6, p. 323–328, 2019.

GEMZELL-DANIELSSON, K. et al. Estetrol‐Drospirenone combination oral contraceptive: a clinical study of contraceptive efficacy, bleeding pattern and safety in Europe and Russia. BJOG: an international journal of obstetrics and gynaecology, v. 129, n. 1, p. 63–71, 2022.

HAVERINEN, A. H. et al. Combined oral contraceptives containing estradiol valerate vs ethinylestradiol on coagulation: A randomized clinical trial. Acta obstetricia et gynecologica Scandinavica, v. 101, n. 10, p. 1102–1111, 2022.

Área

Geral

Autores

SARA ESTHER SOBOLWSKY WERNER, ISABELLE MUSSOLINI HEUSI, EDSON GABRIEL MAFEÇOLLI, RODRIGO CESAR MENDONÇA CURVELLO, BRENDA CALDAS OLIJINKY, ROBERTO OSMAR OLIVEIRA