XVI Encontro de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Conesul e Cela 2024 (Sociedade Latino-Americana de Cirurgiões Endovasculares)

Dados do Trabalho


Título

SINDROME POS-TROMBOTICA DE MEMBROS INFERIORES: HA INTERFERENCIA DOS NOVOS ANTICOAGULANTES?

Introdução

O envelhecimento da população traz consigo dúvidas e desafios. Vivenciamos o aumento da expectativa de vida associado ao aumento das doenças cardiovasculares, sendo o tromboembolismo venoso (TEV) uma das causas de destaque. O TEV inclui as patologias Trombose Venosa Profunda (TVP) e embolia pulmonar, sendo as principais causas de óbito evitável entre pacientes internados. Imersos em um horizonte de medo e dúvidas, os pacientes acometidos pela TVP vivem o desafio do tratamento e suas sequelas, a Síndrome pós-trombótica, presente em cerca de metade dos casos, decorrente da não recanalização ou recanalização parcial do trombo anteriormente presente. Possui sintomas com dor em membros inferiores associado a edema, hiperpigmentação, dermatofibrose, podendo evoluir para a formação de úlceras venosas. Meios de evitar tal progressão são avaliados e descritos na literatura, mas ainda não conhecemos uma forma eficaz de evitar essa progressão.

Objetivo

Avaliar a presença de sintomas de Síndrome pós- trombótica e se houve correlação entre sinais, sintomas, achados ultrassonográficos e a terapia anticoagulante escolhida.

Metodologia

. Imersos neste universo, avaliamos a recanalização seis meses após o evento trombótico em um estudo retrospectivo entre janeiro de 2016 a dezembro de 2019, avaliando a recanalização dos pacientes acometidos por TVP e relacionando aos anticoagulantes prescritos – varfarina, heparina e os novos anticoagulantes orais (NOACS), dabigatrana, rivaroxabana e apixabana.

Resultados

Após análise dos prontuários selecionados, obteve-se um total de 116 pacientes, sendo 20 atendidos em 2016 (17,24%), 21 em 2017 (18,10%), 37 em 2018 (31,89%) e 38 em 2019 (32,75%). A maioria dos pacientes eram do sexo feminino. Os principais fatores de risco encontrados em nossa coorte foram o período pós-operatório e o uso de terapia estrogênica, especialmente o uso de contraceptivos hormonais orais. O anticoagulante oral a ser utilizado baseou-se nos critérios de exclusão dos NOACS, seguindo a livre escolha do paciente após orientação dos riscos e benefícios de cada uma das medicações.

Conclusão

Percebemos que houve diminuição dos sintomas de SPT entre os pacientes que utilizaram os NOACS, favorecendo a dabigatrana e a heparina ao uso de rivaroxabana e varfarina. Ainda concluímos que a profilaxia é a melhor forma de evitar a patologia entre pacientes internados, sendo fundamental a participação da gestão hospitalar neste interim.

Referências

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Área

Geral

Autores

CARLA CRISTINA GULARTE LIBERATO