XVI Encontro de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Conesul e Cela 2024 (Sociedade Latino-Americana de Cirurgiões Endovasculares)

Dados do Trabalho


Título

ABLAÇAO POR RADIOFREQUENCIA EM TUMORES HEPATICOS

Introdução

O carcinoma hepatocelular (CHC) é um dos cânceres sólidos mais comuns, com uma incidência anual estimada em pelo menos um milhão de novos pacientes. A ressecção cirúrgica de CHC e metástases hepáticas de tumores primários com metástases apenas hepáticas pode resultar em benefício significativo de sobrevida em longo prazo em 20% a 35% dos pacientes. No entanto, um número substancial de pacientes não é candidato à cirurgia. Apenas 5% a 15% dos pacientes com metástases hepáticas recém-diagnosticadas de CHC ou CCR são submetidos a ressecção potencialmente curativa. Entretanto, atualmente, técnicas minimamente invasivas tornaram-se disponíveis para destruição local de tumores hepáticos. A ablação por radiofrequência (RFA) emergiu como o método mais amplamente aceito para estratégias paliativas e curativas. A RFA usa fontes de energia eletromagnética para gerar calor. As principais vantagens da RFA incluem baixas taxas de morbidade e mortalidade, ablação eficaz do tumor, bem como a preservação mais eficiente do parênquima hepático normal. Isto é particularmente importante em pacientes com reserva limitada de função hepática.

Objetivo

Investigar eficácia e segurança da ablação por radiofrequência no tratamento de tumores hepáticos, visando melhorias na terapia oncológica.

Metodologia

Para a estruturação da presente revisão, foi realizado um levantamento bibliográfico de artigos científicos nas bases de dados Medline, Scielo, Pubmed, Embase e ScienceDirect de artigos científicos em português ou inglês, sem limite de período. Ao final, 20 artigos relacionados com CHC e ablação por radiofrequência foram selecionados e analisados

Resultados

Analisaram-se 20 estudos, onde foi evidenciado que em comparação com outros métodos minimamente invasivos, como quimioembolização transarterial, a RFA demonstrou alcançar resultados semelhantes em menos sessões terapêuticas. Além disso, a RFA parece ser superior em termos de sobrevivência a longo prazo e taxa de recorrência local. Foi demonstrado que a lesão tecidual após a ablação térmica ocorre em duas fases distintas. A fase inicial é a lesão direta, que é predominantemente determinada pela energia total aplicada, pela biologia do tumor e pelo microambiente tumoral. A segunda fase é a lesão indireta ou progressiva, que segue a cessação do estímulo hipertérmico focal.

Conclusão

Os estudos retrospectivos não randomizados revelaram que a RFA apresenta menor recorrência local e taxa de complicações quando comparada à crioterapia.

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Área

Geral

Autores

MATHEUS BORK TESTONI, FABRICIO FAUSTINO