Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLOGICO DA EMBOLIA E TROMBOSE ARTERIAIS NA REGIAO SUL DO BRASIL DE 2014 A 2023
Introdução
A embolia e trombose arteriais, resultantes de condições preexistentes que levam à formação de coágulos sanguíneos ou diminuição do lúmen vascular, são comumente causadoras de doenças como obstrução arterial aguda e infarto agudo do miocárdio. A incidência de trombose no Brasil é de um a dois casos a cada mil habitantes ao ano, ou seja, até 400 mil casos por ano. Em nível mundial, relata-se até três casos por mil habitantes por ano. Com isso, pode-se declará-las problemas de saúde pública.
Objetivo
Investigar a prevalência de embolia e trombose arterial na região Sul do Brasil durante o período de 2014 a 2023.
Metodologia
Estudo epidemiológico descritivo, transversal e quantitativo, desenvolvido a partir de dados secundários obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde (DATASUS).
Resultados
De 2014 a 2023, foram notificados 56.313 casos de embolia e trombose arteriais na região Sul do Brasil, sendo 22.863 do sexo feminino e 33.955 do sexo masculino. O fato de afetar mais homens mostra a possível influência do gênero nessa condição. A maior incidência de casos foi em 2021 e 2022. Como esse período coincide com o da pandemia da COVID-19, levanta-se a hipótese de aumento do risco para indivíduos diagnosticados com SARS-CoV-2, com maior frequência em pacientes com quadros clínicos graves. Além disso, sugere que a prevalência dessas condições está aumentando. O estado com a maior quantidade de casos notificados foi o Rio Grande do Sul (30.817 casos), enquanto o com menor quantidade foi Santa Catarina (8.318 casos) e foi verificado um predomínio da etnia branca (82,67%). A faixa etária mais acometida é a de 60-69 anos (17.397 casos), devido ao fato de que idosos estão mais sujeitos a fatores de risco que podem desencadear embolia e trombose arteriais, como arritmias, diabetes, hipertensão arterial, tabagismo, aneurismas e lesões nas válvulas cardíacas. Quanto ao atendimento, há prevalência de caráter de urgência (88,83%).
Conclusão
O presente estudo revelou a necessidade de uma abordagem integrada da saúde, considerando não apenas os aspectos tradicionais, mas também os emergentes, como as implicações relacionadas a presença de doenças infectocontagiosas. O contexto epidemiológico identificado, com uma predominância de casos em idosos e uma distribuição desigual entre as unidades federativas, podem ajudar a formar estratégias de saúde pública para prevenir e tratar embolia e trombose arteriais na região Sul do Brasil.
Referências
1. DATASUS. TabNet Win32 3.2: Morbidade Hospitalar do SUS - por local de residência - Brasil (datasus.gov.br). Acesso em 16/01/2024.
2. DUDA, Norberto Toazza; TUMELERO, Rogério Tadeu; TOGNON, Alexandre Pereira. Tratamento percutâneo das oclusões arteriais agudas periféricas. Rev Bras Cardiol Invas, v. 13, n. 4, p. 301- 306, 2005.
3. MORAES-SILVA, Melissa Andreia et al. Análise epidemiológica das oclusões arteriais agudas dos membros inferiores em hospital terciário. Revista de Medicina, v. 96, n. 4, p. 264-270, 2017.
4. PICCINATO, Carlos Eli; CHERRI, Jesualdo; MORIYA, Takachi. Hipertensão e doença arterial periférica. Rev Bras Hipertens, v. 8, n. 3, p. 306-15, 2001.
5. WENDELBOE, Aaron M.; RASKOB, Gary E. Global burden of thrombosis: epidemiologic aspects. Circulation research, v. 118, n. 9, p. 1340-1347, 2016.
6. LODIGIANI, Corrado et al. Venous and arterial thromboembolic complications in COVID-19 patientes admitted to an academic hospital in Milan, Italy. Thrombosis research, v. 191, p. 9-14, 2020.
7. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E DE CIRURGIA VASCULAR. Dia Mundial da Trombose é celebrado para prevenir, conscientizar e esclarecer dúvidas sobre a doença. (https://sbacv.org.br/dia-mundial-da-trombose-e-celebrado-para-prevenir-conscientizar-e-esclarecer-duvidas-sobre-a-doenca/). Acesso em: 17/01/2024.
8. BACCHIN, A. S. F. ZEPPINI, V. A. Hipertensão arterial em idosos. Sociedade brasileira de geriatria e gerontologia, s.d. Disponível em: https://www.sbgg-sp.com.br/hipertensao-arterial-em-idosos/ Acesso em: 17/01/2023.
Área
Geral
Autores
RHAYSSA SOARES MACHADO, ISADORA DAGOSTIN BRANDELERO, GLAYCE JANE VIEIRA ASSUNÇÃO, REBECA MENDES GOMES