XVI Encontro de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Conesul e Cela 2024 (Sociedade Latino-Americana de Cirurgiões Endovasculares)

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DA EMBOLIA E TROMBOSE ARTERIAIS NA REGIAO SUL DO BRASIL DE 2014 A 2023

Introdução

A embolia e trombose arteriais, resultantes de condições preexistentes que levam à formação de coágulos sanguíneos ou diminuição do lúmen vascular, são comumente causadoras de doenças como obstrução arterial aguda e infarto agudo do miocárdio. A incidência de trombose no Brasil é de um a dois casos a cada mil habitantes ao ano, ou seja, até 400 mil casos por ano. Em nível mundial, relata-se até três casos por mil habitantes por ano. Com isso, pode-se declará-las problemas de saúde pública.

Objetivo

Investigar a prevalência de embolia e trombose arterial na região Sul do Brasil durante o período de 2014 a 2023.

Metodologia

Estudo epidemiológico descritivo, transversal e quantitativo, desenvolvido a partir de dados secundários obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde (DATASUS).

Resultados

De 2014 a 2023, foram notificados 56.313 casos de embolia e trombose arteriais na região Sul do Brasil, sendo 22.863 do sexo feminino e 33.955 do sexo masculino. O fato de afetar mais homens mostra a possível influência do gênero nessa condição. A maior incidência de casos foi em 2021 e 2022. Como esse período coincide com o da pandemia da COVID-19, levanta-se a hipótese de aumento do risco para indivíduos diagnosticados com SARS-CoV-2, com maior frequência em pacientes com quadros clínicos graves. Além disso, sugere que a prevalência dessas condições está aumentando. O estado com a maior quantidade de casos notificados foi o Rio Grande do Sul (30.817 casos), enquanto o com menor quantidade foi Santa Catarina (8.318 casos) e foi verificado um predomínio da etnia branca (82,67%). A faixa etária mais acometida é a de 60-69 anos (17.397 casos), devido ao fato de que idosos estão mais sujeitos a fatores de risco que podem desencadear embolia e trombose arteriais, como arritmias, diabetes, hipertensão arterial, tabagismo, aneurismas e lesões nas válvulas cardíacas. Quanto ao atendimento, há prevalência de caráter de urgência (88,83%).

Conclusão

O presente estudo revelou a necessidade de uma abordagem integrada da saúde, considerando não apenas os aspectos tradicionais, mas também os emergentes, como as implicações relacionadas a presença de doenças infectocontagiosas. O contexto epidemiológico identificado, com uma predominância de casos em idosos e uma distribuição desigual entre as unidades federativas, podem ajudar a formar estratégias de saúde pública para prevenir e tratar embolia e trombose arteriais na região Sul do Brasil.

Referências

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Área

Geral

Autores

RHAYSSA SOARES MACHADO, ISADORA DAGOSTIN BRANDELERO, GLAYCE JANE VIEIRA ASSUNÇÃO, REBECA MENDES GOMES