Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLOGICO DAS INTERNAÇOES POR DOENÇAS VENOSAS TROMBOTICAS NO ANO DE 2023
Introdução
As doenças venosas de característica trombótica denotam-se pela formação de trombos no interior de veias superficiais ou profundas, associadas à oclusão ou suboclusão luminal. Dentre elas, destacam-se a flebite, tromboflebite, embolia e a trombose venosa. Portanto, é válido analisar o perfil epidemiológico dessas doenças para que novos episódios sejam prevenidos e diagnosticados.
Objetivo
Realizar uma análise comparativa entre os sexos feminino e masculino quanto à incidência de internações por doenças venosas trombóticas no ano de 2023 e apontar se há diferenças significativas nas taxas de internação entre os sexos, identificando possíveis fatores de risco.
Metodologia
Estudo transversal analítico, cujos dados foram obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A população do estudo foi composta por brasileiros de ambos os sexos que sofreram internações por flebite, tromboflebite, embolia e trombose venosa em 2023. As variáveis analisadas foram: sexo, internações, flebite, tromboflebite, embolia, trombose venosa e regiões/Unidades da Federação.
Resultados
Os dados do DATASUS apontam que do total das 54.004 internações no ano de 2023 por flebite, tromboflebite, embolia, trombose venosa, 72,2% (36.147) foram de pacientes mulheres e 27,8% (17.857) de homens. Em relação às regiões brasileiras, o Sudeste lidera com 40% do número de internações, seguido pela região Norte 26%, Sul 16%, Nordeste 13% e Centro-Oeste 5%, com destaque para o estado do Amapá que foi responsável pelo maior número de internações, 12.711.
Conclusão
A partir dos dados analisados, verifica-se que a maioria (72,2%) das internações por doenças venosas trombóticas no ano de 2023 foram de pacientes do sexo feminino, sendo que a maior concentração desse grupo se encontra nas regiões Sudeste e Norte. A flebite, tromboflebite, trombose e embolia têm como fatores de risco idade avançada, neoplasias, imobilidade prolongada, obesidade, grandes cirurgias, varizes de membros inferiores e trombofilias hereditárias. Ainda, mulheres são estatisticamente mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças trombóticas, com um risco três vezes maior. De modo geral, o sexo não é um fator de risco hereditário, mas a frequência superior em mulheres se dá pelo uso de contraceptivos orais, alterações nas proteínas do sistema anticoagulante em gestantes, além da terapia de reposição hormonal na menopausa. Justificando assim, a disparidade do número de internações entre os sexos.
Referências
ALBRICKER, A. C. L. et al.. Diretriz Conjunta sobre Tromboembolismo Venoso – 2022. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 118, n. 4, p. 797–857, abr. 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/3gPSskJ5XBTPcKTf6sQvCqv/?lang=pt#. Acesso em: 05 de março 2024.
ALMEIDA, M.J., et al.. Diretrizes de conceito, diagnóstico e tratamento da trombose venosa superficial. Jornal Vascular Brasileiro, v.18, p. e20180105, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jvb/a/Z5nCYnYHcpLws5Gx8XFNbTS/?lang=pt#. Acesso em: 05 de março de 2024.
Informações de Saúde (TABNET) – DATASUS, Saude.gov.br, disponível em:
MOREIRA, A. M. et al.. Fatores de risco associados a trombose em pacientes do estado do Ceará. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 31, n. 3, p. 132–136, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbhh/a/gVPpbpj3MdBQBygFpLGMnhc/#. Acesso em: 05 de março de 2024.
Área
Geral
Autores
MARIA JÚLIA BAPTISTA JOAQUIM, CLARISSA FORMIGHERI MORETTO, MATHEUS MARIOTTI DANIEL, LAURA MONTEIRO, ISADORA PEREIRA DA COSTA CRUZ