Dados do Trabalho

Título

Aneurisma Sacular de Aorta Abdominal: Correção com Endoprótese Fenestrada para 4 Ramos

Apresentação do Caso

Paciente de 50 anos, portador do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e em tratamento antirretroviral, apresentou aneurisma sacular de aorta abdominal justarrenal. Queixava-se de dor lombar bilateral persistente, associada a pico febril. O exame físico revelou abdome flácido, dor difusa à palpação, sem sinais de peritonite. A angiotomografia abdominal identificou um aneurisma sacular parcialmente trombosado na parede lateral esquerda da aorta suprarrenal. A angiotomografia torácica revelou múltiplos cistos pulmonares, alguns com características sugestivas de pneumonia intersticial linfocítica e amiloidose pulmonar. Após avaliação por um infectologista, o paciente foi considerado apto para o procedimento, sendo realizado uma endoprótese fenestrada para corrigir o aneurisma. O procedimento endovascular foi bem-sucedido, sem complicações no pós-operatório. O acompanhamento evidenciou boa perfusão renal, ausência de migração ou vazamento da endoprótese. A combinação de técnicas demonstrou a viabilidade do reparo em pacientes de alto risco cirúrgico. O paciente recebeu alta hospitalar com orientações para acompanhamento ambulatorial com um angiologista.

Discussão

O advento das técnicas endovasculares representou uma revolução no tratamento de aneurismas da aorta abdominal (AAA), com muitos países migrando do reparo aberto (OAR) para o reparo endovascular (EVAR) ao longo dos últimos 25 anos. No Brasil, a prevalência de AAA é de aproximadamente 5% em homens e 1% em mulheres acima de 55 anos, com fatores de risco como idade, predisposição familiar, tabagismo e hipertensão arterial.
Para aneurismas saculares, a literatura sugere a reparação como a opção preferencial, mesmo em casos de tamanho ou sintomatologia variáveis. Recomendações do conselho conjunto da Sociedade de Cirurgia Vascular e Sociedade Internacional de Cirurgia Cardiovascular apoiam a correção aneurismática para todos os aneurismas saculares da aorta abdominal.
A abordagem de AAA justarrenais ou envolvendo artérias viscerais, conhecidos como tóraco-abdominais, é desafiadora. Embora a cirurgia convencional seja eficaz e duradoura, sua invasividade e morbimortalidade significativa em pacientes de alto risco operatório são considerações importantes.

Conclusão

Tal caso destaca a relevância do procedimento endovascular específico, aliado a avaliação multidisciplinar. Demonstrando a importância da integração de diversas disciplinas na busca por resultados e a eficácia dessas abordagens em pacientes de alto risco.

Referências

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