Dados do Trabalho

Título

ESTUDO OBSERVACIONAL E RETROSPECTIVO DA UTILIZAÇAO DO ECODOPPLER ASSOCIADO AO CONTRASTE DE MICROBOLHAS NO ACOMPANHAMENTO APOS A CORREÇAO ENDOVASCULAR DO ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL (EVAR)

Introdução

Os pacientes submetidos ao Reparo Endovascular de Aneurisma (Endovascular Aneurysm Repair, EVAR) precisam manter um acompanhamento com exames de imagem a longo prazo. O ecodoppler associado ao contraste de microbolhas (CMB) vem sendo utilizado e estudado como método alternativo a angiotomografia (angioTC) no acompanhamento desses pacientes.

Objetivo

Descrever os resultados do ecodoppler, com e sem o CMB, no acompanhamento de pacientes submetidos ao EVAR. Bem como, nos casos possíveis, fazer uma comparação desses achados com os apresentados pela angioTC.

Metodologia

Análise retrospectiva dos exames de ecodoppler com CMB e angioTC de 246 pacientes submetidos ao acompanhamento após EVAR infrarrenal em clínica privada, de outubro de 2019 a janeiro de 2024. Para fins comparativos, considerou-se exames de CMB e angioTC com diferença menor que 6 meses entre si.

Resultados

Nessa amostra, 86,3% dos pacientes são do sexo masculino e 17,4% apresentavam outros tipos de aneurismas associados. O volume médio de CMB utilizado foi de 1,65 ml por paciente, não havendo qualquer reação ou intercorrência. A medida do diâmetro da dilatação aórtica residual não apresentou diferença significativa entre os achados de angioTC e ecodoppler. Ao ecodoppler com e sem CMB, foram observadas 24 estenoses significativas, enquanto que 8 foram apontadas pela angioTC. Três casos de oclusão da endoprótese foram identificados por ambos os métodos de imagem. Na análise individualizada foram detectados 27 endoleaks ao ecodoppler sem CMB, 98 após a injeção do CMB. Na análise específica do grupo comparativo entre CMB e angioTC, com grupo de 92 pacientes, foram detectados 23 endoleaks tanto pela angioTC quanto pelo ecodoppler com CMB e, além destes, outros 14 endoleaks foram detectados somente após a injeção do contraste de microbolhas, totalizando 37 casos de endoleak no exame com CMB. Considerando o CMB como padrão de referência, observou-se uma sensibilidade do CMB 37,84% maior que o da angioTC na detecção de endoleaks.

Conclusão

O ecodoppler associado ao contraste de microbolhas é uma alternativa viável no acompanhamento de pacientes submetidos ao EVAR. Sobretudo por ser um exame de baixo custo, não invasivo, não utiliza radiação ionizante ou contraste iodado e apresenta raros eventos adversos. Além disso, como foi demonstrado na presente amostra, pode ter sensibilidade e especificidade superior à da angioTC na detecção e caracterização dos endoleaks.

Referências

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