Dados do Trabalho

Título

EXPOSIÇAO DE IMPLANTE MAMARIO, POS RADIOTERAPIA, CORRIGIDO COM RETALHO LOCAL – UM RELATO DE CASO.

Resumo

INTRODUÇÃO: A exposição de próteses mamárias é uma complicação pouco frequente podendo ocorrer de forma precoce ou tardia. Algumas opções encontradas na literatura apresentam resultados pouco estéticos ou não foram descritas para pacientes pós radioterapia. OBJETIVOS: Relatar um caso de uso de retalho local para cobertura de área de exposição de prótese mamária. MÉTODOS: Análise de prontuário, entrevista com a paciente e registro fotográfico. RELATO DE CASO: Paciente submetido a adenomastectomia e radioterapia evoluiu com deiscência de ferida e exposição da prótese mamária direita sendo corrigida com sucesso através da realização de retalho local. CONCLUSÃO: O retalho apresentado é facilmente reproduzível e uma ótima opção para tratamento de exposição de implantes mamários inclusive em pacientes submetidas a mastectomia total e reconstrução pós radioterapia.

Introdução

Exposição de próteses mamárias é uma complicação difícil para todo cirurgião plástico, seja em cirurgias estéticas ou reparadoras, trazendo prejuízos pelo aumento do tempo de internação, alto risco de perda do implante, maior tempo de afastamento das atividades laborais além de todo o desgaste psicológico. A exposição pode ocorrer nas primeiras semanas devido a formação de hematoma ou seroma, problemas com a quantidade e qualidade do tecido ou infecção. Pode também ocorrer de forma tardia após meses ou anos geralmente devido a trauma, infecção de pele ou contratura capsular levando a necrose por pressão e protrusão do implante. ¹

Objetivo

Relatar um caso de realização de retalho local para cobertura de área de exposição de implante mamário em paciente previamente submetida à radioterapia.

Método

Revisão de prontuário, dados coletados diretamente com a paciente e registros fotográficos.

Resultado

Paciente feminina, 45 anos, diagnosticada com câncer de mama foi submetida a adenomastectomia subcutânea com colocação de expansor em plano submuscular e posterior reconstrução com prótese mamária após realizar 15 sessões de radioterapia na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Três meses após a última cirurgia apresentou exposição da prótese em lesão de cerca de 1 cm na junção da incisão vertical com a horizontal da mama direita (imagem 1). Paciente foi submetida a nova abordagem cirúrgica com realização de retalho local semelhante a zetaplastia para cobertura da área (imagem 2 e 3) após antissepsia da prótese com solução de clorexidina degermante e aquosa. Recebeu alta no primeiro dia após a cirurgia com dreno de sucção (imagem 4) que foi retirado após sete dias com baixo débito. Apresentou boa evolução e não houve recidivas.

Discussão

O uso dos implantes mamários nas cirurgias reparadoras já é algo comum, pacientes almejam cada vez mais uma aparência agradável após mastectomias totais ou parciais. Estudos relatam que a extrusão de implantes, em geral, é em torno de 2% do total e que dos casos em que há exposição somente 50% dos implantes conseguem ser salvos.²
Quando se trata de reconstruções após câncer de mama, muito frequentemente as pacientes são submetidas à radioterapia tornando os casos ainda mais complexos devido as alterações cicatriciais e de flexibilidade dos tecidos. Alguns autores já descreveram o uso de retalhos para correção de casos de exposição de prótese como Holmström que em 1986 descreveu a construção de retalho em v-y para cobertura das áreas com exposição resultando, comumente, em cicatrizes extensas ³. Peters mais recentemente descreveu dois retalhos com relato de boa resolução do quadro sendo um retalho adipofascial e outro muscular utilizando o músculo oblíquo externo 4, porém não deu detalhes sobre técnicas de fechamento de pele. O retalho cutâneo exposto neste trabalho promove cobertura segura e cicatriz aceitável sem distorção do cone mamário sendo uma boa alternativa para compor as opções terapêuticas possíveis.

Conclusão

O retalho apresentado é facilmente reproduzível e uma ótima opção para os casos de exposição de prótese ou deiscência com perda de tecido da ferida incluindo pacientes pós mastectomia por câncer de mama que tenham realizado radioterapia.

Referências

1. Peeters G et al. The exposed breast prosthesis at the infra-mammary region: treatment by local flaps. Eur J Plast Surg. 2011; 34:513-6. DOI: https://doi.org/10.1007/s00238-011-0639-1

2. Fodor L, Ramon Y, Ullmann Y, et al. Fate of exposed breast implants in augmentation mammoplasty. Ann Plast Surg. 2003; 50(5):447-9. DOI: https://doi.org/10.1097/01.SAP.0000044251.40733.2B

3. Harving S, et al. Salvage of exposed implants. Scand J Plast Surg. 1989; 23:143-4. DOI: https://doi.org/10.3109/02844318909004507

4. Peeters G et al. The exposed breast prosthesis at the infra-mammary region: treatment by local flaps. Eur J Plast Surg. 2011; 34:513-6. DOI: https://doi.org/10.1007/s00238-011-0639-1

Palavras Chave

implantes mamários

Arquivos